Após mais de um ano vivendo em Hong Kong, chegou a hora de compartilhar algumas dicas de dentro, além das que se encontram nas guias turísticas.

Em primeiro lugar, para quem está viajando pela Ásia, acredito que vale a pena passar por aqui. A cidade é bonita e interessante. As imagens mais divulgadas de Hong Kong são os arranha-céus, mas 70% do território é natureza, com mistura de montanhas e mar. Além do mais, para quem pretende ir à China, começar por Hong Kong pode ser uma boa ideia, para ir se acostumando aos poucos, já que Hong Kong mescla culturas e, como eles mesmo gostam de dizer, faz a ponte entre ocidente e oriente.

Dentre as principais atrações estão o Grande Buda e o Pico Victoria.

  • O Grande Buda é a maior estátua em bronze do Buda ao ar livre. O que me parece mais legal é o passeio de teleférico para chegar lá. A vista é muito bonita. O que aprendi para agilizar e aproveitar mais nesse passeio é: compre o ticket online antes de ir. As filas são enormes. Se puder evitar a primeira, que é para comprar os ingressos, já se ganha tempo. Há um combo com três atrações lá em cima, que são meio fraquinhas, talvez valha a pena só se estiver com crianças. Eu comprei só para agilizar, pois o combo permite ir na fila mais rápida. É um pouco mais caro, então para evitar ter que gastar tempo e dinheiro: compre o ticket pela internet.
Esse passeio de teleférico ao Grande Buda é considerado um dos 10 mais bonitos do mundo
Esse passeio de teleférico ao Grande Buda é considerado um dos 10 mais bonitos do mundo

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  • Outra dica é comer no monastério que tem lá em cima, o bonito Po Lin Monastery, perto do Buda mesmo (e não na ruazinha cheia de fast foods que se vê ao sair do teleférico). O monastério não pode divulgar o restaurante, então a dica é quase boca a boca. Paga-se por pessoa para um menu vegetariano com 5 pratos (comida chinesa). Uma das melhores comidas que já encontrei aqui. Além disso, guarde o recibo, pois quando subir ao Buda, seria preciso pagar para entrar dentro da estátua (é opcional), mas mostrando o recibo, é grátis.
  • Já no Victoria Peak, que fica na ilha de Hong Kong e tem uma vista linda da baía (talvez a imagem mais conhecida de Hong Kong), pode-se pegar um bondinho para subir (ou ir a pé para quem tem tempo e energia). Mais uma vez tentam vender um combo casando a entrada para um terraço com vista 360o. Esse não vale a pena mesmo. É mais caro e pode-se ter praticamente a mesma vista de outro terraço, a Peak Gallery, gratuitamente. No bondinho, tente sentar do lado direito pois há um ilusão óptica na qual os prédios parecem inclinados em relação ao chão.
Esse é o bondinho (tram) que sobe e desce ao Victoria Peak
Esse é o bondinho (tram) que sobe e desce ao Victoria Peak
Vista desde o Pico Victoria
Vista desde o Pico Victoria
  • O star ferry é uma maneira legal e tradicional de cruzar da ilha para a península. Você pode usar o cartão de transporte Octopus (veja aqui), ter uma experiência tradicional e apreciar uma linda vista tanto da ilha quanto da península. Se fizer na hora do pôr-do-sol, dá ver os prédios iluminados.
  • Nosso lugar preferido em Hong Kong não está na lista das principais atrações, mas para quem tem cerca de duas horas livres vale a pena. É a Chi Lin Nunnery, onde há um lindo jardim, com construções tradicionais e plantas do mundo todo, como bonsais e até uma bougainville do Brasil. Atravessando uma ponte, chega-se a um monastério de madeira bem bonito. Um passeio tranquilo e agradável.

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  • Em relação às compras: para quem vai à China, os preços em Hong Kong não valem tanto a pena, pois lá é mais barato. Há dois mercados de rua, para comprar todo tipo de bugigangas: o Temple Street Market, que é noturno, e o Ladies Market, diurno. Praticamente o que se vê em um, acha-se no outro. Encontram-se de tudo um pouco: lembrancinhas, leques, palitinhos, jogos de chá, roupas, bolsas, malas e eletrônicos. A qualidade é… de produto Made in China. Não há garantia e bolsas e produtos de marca são falsificados. Para quem gosta de pechinchar e quer levar lembrancinhas, é um paraíso. Não recomendo eletrônicos. Nunca compre algo pelo primeiro preço que eles pedem. Mesmo quem não fala inglês pode pechinchar (algumas vezes nem os vendedores falam): usam uma calculadora para informar os preços. A coisa vai assim: você pergunta o preço, eles dizem algo, você deve fazer cara de desinteresse. Eles então podem dar um preço mais baixo ou perguntar quanto você oferece. Enquanto na China a recomendação é oferecer 10% do preço inicial (é sério), em Hong Kong eles não abaixam tanto. Sugiro oferecer metade. Eles vão recusar. Aí você deve sair andando e eles vão começar a gritar preços. Não tenha medo pois eles não vão vender por um preço que seja prejuízo. Se você quiser levar mais quantidade do mesmo produto, pergunte o preço de um e faça a proposta dando um generoso desconto. Jamais compre na primeira barraca que ver o preço. Pergunte bastante e escute o preço que vão gritar pra você quando você sair andando, para ter uma noção de por quanto estão preparados para vender uma unidade. Pense sempre em quanto quer pagar pelo produto e vá negociando. Por exemplo: umas sombrinhas com bonequinhas, eu perguntei o preço e em algumas barracas falaram HK$45. Quando achei uma por HK$39, ofereci comprar 5 por 150, saindo 30 cada. Negócio fechado!
  • Além disso, como os preços de imóveis são ridículos (veja aqui), lembre-se que lojas e restaurantes no térreo e com porta para rua, pagam mais caro o aluguel e isso pode refletir nos preços. Os estabelecimentos comerciais em andares superiores ou dentro de galerias, menos à vista, geralmente têm melhores preços.