Continuando o post com as curiosidades de meu casamento inglês. (veja a primeira parte aqui)

Tivemos muita sorte de encontrar um lugar perfeito. Eu adoro ruínas e amo castelos. Pois o Kirby Muxloe Castle é exatamente isso: ruínas de um castelo. É uma dos edifícios mais antigos da Inglaterra (1480). E ainda fica exatamente na cidade natal do Chris, a 5 minutos de onde residem os pais deles atualmente. Além disso, pagamos apenas o direito de fotografias (75 libras, cerca de 250 reais). Com isso, todos os convidados entraram grátis na ruína e foi possível realizar uma breve cerimônia!!!! Em frente ao castelo há um hotel/pub, com salão de festas. Então foi ideal: uma cerimônia no castelo e depois todos fomos para festa em frente.

Kirby Muxloe castle
Kirby Muxloe castle

A cerimônia foi conduzida por um de nossos grandes amigos: David Gadsby. Se vocês viram nosso vídeo convite (aqui), sabem que Chris e eu nos conhecemos no Peru em 2005 exatamente porque o Chris foi fazer o casamento do David com a peruana Vanessa. Então, foi especial que eles pudessem estar ali (vindos diretamente da China, onde residem atualmente).

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Nós com David e Vanessa Gadsby

Na cerimônia, houve uma antiga tradição celta, o handasting (atar das mãos). Nos tempos em que não havia registro de casamentos, o ritual de unir as mãos dos noivos e amarrá-las em um só nó, era a “prova” do compromisso das duas pessoas. Por causa disso, até hoje existe uma expressão inglesa para se referir ao ato de casar: to tie the knot (amarrar o nó).

Tradição celta do handfasting- atar das mãos
Tradição celta do handfasting- atar das mãos

O grande medo de fazer cerimônia em lugar aberto era a chuva, que acontece com frequência na Inglaterra. Era verão lá e o dia esteve lindo. Fizemos a cerimônia e exatamente no término dela, começou a pingar. Mas não durou nem 5 minutos e conseguimos tirar fotos antes da festa. Sorte!

Em Roma, faça como os romanos. Vocês já devem ter visto em casamentos reais, que as mulheres usam um enfeite de cabeça/chapéu diferente. São os fascinators. Há vários modelos e tamanhos, mas a tradição diz que se deve usar do lado direito e caindo um pouco sobre a testa. Eu, que sou mais discreta, até tinha conseguido emprestada uma tiara linda, mas estava de olho em algum fascinator. No Camden Market, em Londres, vi um da cor do vestido e que caiu como uma luva. Por isso vocês vão ver nas fotos este chapeuzinho/enfeite diferente.

Fascinator
Fascinator

Lá ao invés de jogar arroz nos noivos ao final da cerimônia, eles usam confeti. Confetes antes eram pedaços de papéis em forma de símbolos de boa sorte, como ferraduras e sinos. Como papel o chão não ajuda a natureza (e os ingleses são super ecológicos), hoje usam-se versões biodegradáveis ou pétalas de flores. Minha sogra, Linda juntou durante meses flores e fizemos nossa versão ecológica.

Confeti!
Confeti!

As daminhas lá são chamadas de flower girls, ou meninas das flores. Conheci 3 das minhas 4 lindas daminhas na hora da cerimônia. As daminhas entraram carregando flores e uma cestinha com brinquedinhos e balas para que se entretivessem durante a cerimônia. Elas também carregaram símbolos de boa sorte, como ferraduras e me deram depois.

Damas (flower girls) e a brides maid à direita
Damas (flower girls) e a brides maid à direita

 Outra tradição antiga é que a noiva deve usar nela, durante a cerimônia, para dar sorte, algo novo, algo velho, algo emprestado e algo azul. Além disso, uma moedinha de 6 centavos (6 pence), que não se fabrica mais. Isso vem de uma antiga rima que diz o que a noiva deve usar no dia do casamento:

Something old,
something new,
something borrowed,
something blue,
and a silver sixpence in her shoe

Mais uma vez minha sogra que arrumou tudo, inclusive não sei como conseguiu a moedinha… A coisa velha, emprestada e azul foi uma liga ou jarreteira (não achei tradução melhor para garter. É aquele elástico cheio de frufru que se coloca na coxa). O novo foi meu vestido.