Estava em Palenque, no México e minha próxima parada era Playa del Carmem, destino turístico, mas menos caro e internacional que Cancun naquela época. Havia vários ônibus que faziam o trajeto, mas estavam lotados. Fui procurando e encontrei um com lugar e que ainda era metade do preço. Logo que entrei, descobri porque: não tinha turistas, só mexicanos. Dava para ver pelo tipo físico típico: morenos, cabelo liso e preto. Além disso, somente três mulheres, o resto eram homens.

Sentei lá no fundo, onde tinha lugar livre. Num posto policial no meio do caminho, entrou um guardinha com uma lanterna (era de noite). Veio andando pelo corredor olhando para a cara de todos. Não deu outra: parou ao meu lado, jogou a lanterna na minha cara, me cegando, e perguntou de onde vinha e para onde estava indo. Respondi secamente, mas um pouco assustada pois não entendia se ele queria me proteger ou acusar. Fiquei com medo que ele inventasse algo contra mim para pedir suborno, como é a fama dos policiais daquele país. Mas ele acabou indo embora.

Durante o trajeto, não consegui dormir de tensão e houve mais duas paradas em postos policiais, com guardas entrando no ônibus. Mas aí eu aprendi a lição e inventei meu jeito para não ser incomodada: fechava os olhos e fingia estar dormindo. Para dar um toque de que estava dormindo profundamente, ainda abria a boca…

Ruínas de Palenque, México
Ruínas de Palenque, México
Palenque
Palenque