Começo a postar uns dos meus casos preferidos de viagem. Também foi como conheci três anjos (literalmente “da guarda”). Como a história é muito longa, vou dividi-la em mais de um post.

Parte I: “O primeiro mosqueteiro” ou “a caminho de Trujillo”

Eu estava indo de sul a norte no Peru. A cidade mais ao norte pretendida era Trujillo, não tão turística, mas que possui umas ruínas de areia, as quais estava curiosa para conhecer. Sempre que conhecia outros viajantes, dava uma olhada nos guias turísticos deles para ver outras informações além do meu. Li então que em Trujillo, não era bom mulher sair sozinha à noite. Achava exagero de guias europeus e dos Estados Unidos, mas de qualquer maneira pedi a Deus um anjinho naquela cidade (já que viajava sozinha).

Pois bem, na cidade anterior, Huaraz, peguei um tour para ver umas ruínas. O guia só falava em espanhol. Uma mulher que também estava sozinha me pediu para tirar fotos dela. Ela posava tanto que o grupo acabou indo para outro lugar e o guia começou a explicar. Corri e juntei-me ao bolinho de turistas e escutei que o guia falava algo de música. Justo sobre esse assunto não podia perder a explicação e perguntei à pessoa que estava na minha frente o que ele tinha falado de música. O homem, loiro com os olhos de um azul profundo, se vira e fala em inglês: eu não sei, não entendo muito bem espanhol. Era o alemão Frank, o primeiro mosqueteiro.

Ele me contou, que não havia guia em inglês aquele dia e foi mesmo assim, para ao menos ver as ruínas. Fiquei com pena e comecei a traduzir para o inglês o que o guia falava. Rapidamente mais umas 3 pessoas que também eram de fala inglesa se juntam ao meu grupo de “explicação paralela”.

No ônibus da volta, começamos a conversar e ele falou que iria a Trujillo naquela noite. Falei que iria na noite seguinte, porque ainda havia mais um tour para fazer em Huaraz. Mas combinamos de ele me mandar um e-mail falando o albergue em que ele ia ficar.

Voltando à pensão onde estava, perguntei à dona se recomendava algum lugar para ficar em Trujillo. Ela me disse: Hostal da Clara.

Já tinha gostado do nome (por que será?) e quando vi meus e-mails no dia seguinte, Frank me escreveu: estou no Hostal da Clara.

Como sigo os sinais, cheguei em Trujillo e fui ao tal Hostal da Clara. Mas chegando lá….

Ruína de areia em Trujillo, Peru- photo by Chris Garner

Parte das ruínas com pintura restaurada- Trujillo, Peru- photo by Chris Garner