Em termos gerais, eu não esperava muito do Canadá. Talvez por isso eu tenha me surpreendido com a beleza das cidades e até com o povo canadense.
– Em Toronto, se você atravessar a rua errado, ou seja, fora do lugar ou com sinal fechado para pedestre, corre o risco do guarda te parar e dar uma multa de 50 dólares.
– Os canadenses me pareceram muito simpáticos, bem abertos.
– Em Montreal, como em várias cidades do mundo, as bicicletas são transporte público: existem as estações e você pega em uma e pode devolver em qualquer outra. Claro que no inverno este sistema de transporte fica em desuso. Então, em uma das estações, interligaram as bicis paradas com a iluminação de natal: cada 30 minutos pedalados são 15 de iluminação. Interessante e ecológico!
– Sobre o bilingüismo: ao chegar em Montreal (na província de Quebec) vimos que tudo só estava escrito em francês. Mas este país não é bilíngüe? Bom, investigamos e vimos que cada província escolhe se é inglesa, francesa ou bilíngüe. Quebec escolheu ser só francesa. Ali, há escolas francesas e inglesas. Mas você só pode colocar seu filho em uma escola inglesa, se você tiver ido a uma. Senão, é obrigatório colocá-lo nas francesas. Nestas, há aulas em inglês e cada uma escolhe em que porcentagem: 25% ou 50%…
Nas faculdades, os professores têm que aceitar trabalhos escritos tanto em francês quanto em inglês. Em Montreal, conheci alguns canadenses de Toronto (eles existem!) que se ressentem de não saber o francês e que se sentiam analfabetos dentro do próprio país. Estranho, não?
Duas coisas que me deixaram especialmente feliz:
1) Só falei francês na província de Quebec e pude ver que minha fluência neste idioma é bem melhor que eu esperava: consegui entender e falar sem maiores problemas ou sem meter muitas palavras em inglês.
2) Não só não congelei, como senti muito menos frio que eu esperava. Quase não coloquei luva (atrapalham mexer com os mapas e guias) ou gorro. Chegamos a pegar sensação térmica de -25C! Na verdade, depois de 5 graus negativos, já não senti diferença, é tudo muito frio e pronto. É uma grande evolução para a mulher que quase chorou de frio ao sair do banho quando chegou na Espanha, sob um friozinho básico de 7 graus. A neve só me atrapalhou na volta: o vôo foi cancelado em New York, devido à tempestade de neve (detalhe: ao chegar no Brasil Confins estava fechado por causa da chuva! Tive que esperar mais uma manhã inteira em SP para chegar em casa).
Ola Ana,
Ja queria responder seu blog ha mais tempo, mas so agora peguei um tempinho livre. Bom, queria esclarecer uma coisa: Québec nao escolheu ser uma provincia francesa, a història escolheu! Os franceses se instalaram aqui desde o inicio, em 1608, mas perderam mais tarde para os ingleses numa batalha, no seculo 18 e acabaram por abandonar a provincia. Por isso é a unica que foi meio dominada pelos franceses, enquanto que as outras foram todas ‘colonizadas’ pelos ingleses. Mesmo assim, os quebecois fizeram questao de guardar sua identidade francophone, e a capital quer dar o exemplo, por isso a lingua oficial é o francês. Em Montreal, acaba sendo bilingue por 2 motivos, primeiro pela comercio intenso, business, e dpois pelo gde numero de imigrantes que recebem, e que sao antes de tudo, falantes do inglês. Existem bairros que sao anglofonos, mas 52% falam ingles enqto que 49% falam francês. Em Québec , capital, a francofonia é mais levada a sério, e eu estudo numa universidade totalmente francofone, e que nao aceita trabalhos em inglês. A convivência com outras provincias é oficialmente pacifica, mas nao culturalmente! Existe uma rixa mesmo entre Québec e as outras e um forte desejo dos quebecois de se separem do Canada e se tornarem um pais. Ja houve um plebiscito e perderam por pouquissimo, 49% disse sim!
Os quebecois sao extremamente patriotas e alguns tem dificuldades de aceitar tanto imigrante. Alguns chegam a ser xenofobos, por isso eu nao os acho tao abertos assim, a cultura individualista daqui nao é diferente dos EUA, apesar de que eles nao tem quase nenhuma afinidade com os americanos.
Bom, espero ter contribuido,
bjo
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Oi Lu. Valeu pelos comentários. Nada melhor do que alguém que esteja vivendo na cultura, para comentá-la. Nao sabia dessa idéia de Quebec separar-se do resto do Canadá…
Eu já achei que fossem mais parecidos os canadenses aos estadunidenses, mas nao percebi tanto isso…
Bj
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