Emergência a bordo I

Antes de embarcar o marinheiro é obrigado a fazer cursos básicos de segurança. Cada tripulante tem uma função designada em caso de uma emergência que pode ser, por exemplo, evacuar o navio, apagar fogo, carregar feridos, etc… Eu era responsável por guiar as pessoas às suas estações de emergência (que são alguns lugares grandes do navio onde se reúnem as pessoas caso haja algum perigo) e ajudar a controlar o pânico. No primeiro navio ficava em uma estação de emergência.  Caso houvesse uma situação em que as pessoas necessitassem ficar horas ali, estava preparada para distraí-las, com técnicas específicas, e até mesmo a dar uns tapas na cara de alguém que saísse do controle (para que a pessoa se acalmasse e não contagiasse o grupo). Logo no primeiro dia de um cruzeiro há uma simulação de emergência para que os passageiros saibam o que fazer. Enquanto o alto-falante explicava a todos como colocar o colete salva-vidas (puxe a corda tal…), eu fazia a demonstração e me sentia todo uma aeromoça! rs

Os avisos de emergência são codificados para que os passageiros não percebam que há um problema e entrem em pânico. Por exemplo, se alguém desmaia ou tem algum ataque se anuncia, por alto-falante: “code blue” (código azul) e a localização da incidência. Os tripulantes acionados devem correr para o local e desempenhar sua função. O pior que pode acontecer num navio é um incêndio. Se fica incontrolável, não há para onde correr: deve-se abandonar o navio usando os botes salva- vidas. Conheci tripulantes que haviam passado pela desagradável experiência de ficar à deriva no mar, mas em realidade, a possibilidade de acontecer algo assim é bem pequena. Pois bem, eu tive a “sorte” de passar por um incêndio a bordo. Mas isso… fica para o próximo post.