Quando os comentários são bons, vale a pena publicá-los.
Aqui seguem comentários do post: De como quase morri na Holanda.
O primeiro é de minha amiga brasileira Luciara, dia 5/7:
“Oi Clarinha,
nossa q sufoco heim? não sabia desta historia… e sabe que tenho uma parecida, mas, na verdade foi eu quem quase matou um em Amsterdam… Explico: estava lá eu em minha bicicleta alugada, feliz da vida como a própria turista se sentindo uma holandesa que você falou.. corria pra lá, pra cá, não tinha muito medo de nada não, afinal lá a preferência é sempre dos ciclistas né? Bem, ate demais! É que de repente o sinal fechou e o de pedestres ficou verdinho, questão de segundos, eu era a primeira de fila, pensei rapidamente, passo (seguindo o fluxo e respeitando a lei natural da preferência lá onde bicicleta só para quando a chance física de passar na frente é obviamente do outro) ou paro, afinal tinha um pedestre esperando o sinal abrir. Pronto – dei uma freadinha meio brusca e, num movimento altamente sincronizado, ele deu seu primeiro passo. Aí a ciclista que vinha atrás de mim simplesmente bateu feio na minha traseira, levou o maior capote, podia ter se machucado muito, morrido é exagero, mas enfim, eu fiquei me sentindo super mal, culpada pela historia até que um holandês começou a xingar o pedestre (turista americano…) dizendo que não deveria ter tentado atravessar, que tinha bicicletas vindo…. e ele lá, todo desconcertado também dizendo que o hominho do sinal estava verde, ou seja, ele prestou atenção no sinal de pedestres e passou, era um cidadão civilizado que respeitava as regras… mas a questão é que lá as regras são outras… aliás essas nunca foram e nunca serão universais, você é que tem que observar o contexto onde está e tentar respeitá-las com flexibilidade para não ser um corpo estranho… Mas enfim, a garota se levantou como um jogador de futebol que cai e daí a 2 minutos não aconteceu nada e foi-se não se metendo na briga, não achando ruim, seguindo a vida…”
A partir do post e deste comentário, minha amiga holandesa Clara (para ver post sobre ela clique aqui), sentiu-se na obrigação de responder (e eu adoro saber a perspectiva dos nativos de um comentário sobre suas culturas). Comentário do dia 8/7 devidamente traduzido:
“Oi Clarinha. Tentei ler o que sua amiga escreveu sobre andar de bicicleta em minha cidade louca. Tenho o sentimento de defender Amsterdam. Vivo nesta cidade há 12 anos, sempre ando de bicicleta e nunca me aconteceu nada. Ok, às vezes é um pouco difícil não matar alguns turistas. Eles são o verdadeiro problema do nosso trânsito. Estão doidões de maconha e bêbados e por isso não vêm ou escutam ninguém, não entendem que os caminhos vermelhos são para ciclistas e não entendem as regras de trânsito (sim, existem).
Ok, entendo que nosso sistema de trânsito é difícil para turistas e os que trafegam são um pouco agressivos.
O que quero dizer: não é só culpa da minha cidade louca com seu trânsito anarquista o que aconteceu com vocês brasileiras…
Desejo-te tudo de bom e que não tenha mais acidentes de quase morte.”