A saúde a bordo é um item particular: é difícil encontrar um tripulante que tenha passado um contrato mínimo de 6 meses sem adoecer. Isso porque as condições de higiene e de comida não são sempre ideais. Para começar alguns trabalhos exigem grande esforço físico, como carregar peso, e podem causar problemas na coluna ou lesão por esforço repetitivo. Além disso, com gente de tantas culturas diferentes, os hábitos de higiene podem ser muito distintos aos nossos. Um bartender me contou que algumas pessoas de determinada nacionalidade têm o hábito de evacuar enquanto tomam banho, no chuveiro. Como usava um banheiro compartilhado, ele foi surpreendido algumas vezes, ao tomar banho, por fezes que passavam diante dos seus pés, vindas da ducha ao lado.
Uma coisa comum a bordo e preocupante são as epidemias. Por ser um lugar fechado, com ar acondicionado e com contatos entre muitas pessoas, gripes e diarréias são tratadas como peste. Têm que ser controladas ou todos, passageiros e tripulantes, adoecem. Eu tive problemas no estômago e perdi alguns quilos. Uma vez tive uma crise de diarréia e fui isolada por 24 horas. Isso mesmo: isolada. Não podia sair da cabine. Até a comida me levaram ali. Senti-me uma ameaça ambulante à saúde de todos.
Olá Ana Clara!
(Não sei se o lugar para comentar é exatamente o ideal, enfim… 🙂
Primeira vez no teu blog, estou lendo ao poucos.
Parabéns!
Embarco pela primeira vez para trabalhar num navio agora dia 19 de outubro
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Legal. Vai fazer o que? Bons ventos!
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