10 fatos curiosos sobre a Islândia

Estávamos nos EUA e tínhamos que ir pra Inglaterra. Uma das companhias aéreas que faz o trajeto é a Icelandair, empresa islandesa. Essa companhia deixa você abrir a passagem, ou seja, pode ficar até 7 dias na conexão na Islândia, sem pagar nada. No nosso caso ainda, ficava até mais barato fazendo a parada. Não era um destino que eu tinha como prioridade fazer mas, desse jeito, não teve como, né?
Ficamos 3 dias e meio e fui surpreendida positivamente. O país é lindo. Por ser uma ilha vulcânica, a paisagem é única e bem diferente para nós brasileiros. Além de vulcões, possui glaciares, belas cachoeiras, águas termais e gêiseres. Entre as atrações, pode-se avistar baleias, mergulhar, visitar uma caverna de gelo e ver gêiseres “explodindo”. Aliás, o gêiser original, que deu nome a todos os outros gêiseres, fica lá. Não está mais ativo, mas é possível vê-lo e ver outros.

Seguem algumas curiosidades da Islândia:

1. História

A história da Islândia, assim como a dos outros países nórdicos, está muito ligada aos Vikings. É possível ver lugares onde eles tinham suas assembleias e conhecer mais da cultura viking.

Reykjavik é a capital mais ao norte do mundo e 2/3 da população islandesa de 320.000 habitantes moram ali. Além dos vikings, os noruegueses habitaram a ilha desde 870 DC. Conta a lenda que o navegador norueguês decidiu o lugar da capital da maneira Viking: quando avistou terra, jogou um objeto ao mar e onde o objeto chegou à terra, ali se instalaram. Como havia fumaça (na verdade vapor vindo das águas quentes) eles nomearam o local Reykjavik, que significa ”baía esfumaçada”.

2. Língua

O idioma oficial é o islandês. Possui letras diferentes como þ, Ý, Æ, ö. É daquelas línguas que tem um monte de consoantes juntas e não temos a mínima noção de como pronunciar. Era divertido ver o GPS pronunciando as ruas e não ter a mínima ideia de onde virar, pois não sabíamos como aquele som se transformava em palavras escritas. No entanto, não se preocupe pois praticamente todo mundo fala inglês.

Para quem assiste Game of Thrones o país é particularmente interessante. Algumas das locações da famosa série da HBO são lá. Claro que o tema de abertura da série fez parte da nossa playlist da viagem. Não acho que seja coincidência, mas o islandês soa como saída direto da série. Quando eu tentava pronunciar o nome das ruas, e dizia pro Chris: vamos virar na rua Laugavegur, ele sempre respondia: Valar Dohaeris.

3. Clima

Fomos em julho, pleno verão. No primeiro dia lá todos comemoravam dizendo que era o dia mais bonito do ano até então, ou seja, o mais quente: 15 graus Celsius!!! Só que, com o vento gelado, a sensação era de menos de 10. Os islandeses celebrando e eu toda empacotada. No entanto, ao contrário do que podemos pensar, no inverno não faz muito frio, comparando com outros lugares em latitudes parecidas, como New York ou Toronto. Isso porque a Corrente do Golfo mantém a ilha mais aquecida. A média no inverno é de 0 graus e no verão, 20. Mas os islandeses se orgulham de dizer que o tempo é imprevisível e pode fazer as 4 estações do ano no mesmo dia.

4. Luz x escuridão

A localização da Islândia, lá quase na “ponta” da terra, faz com que os dias sejam longos no verão e curtos no inverno. Nos dias em que estivemos lá não ficou totalmente escuro em nenhum momento… O sol se punha umas 11 da noite e nascia tipo 3 da manhã (veja no vídeo acima quando o relógio bate 12 horas… da noite). Entre esses horários ficava como o crepúsculo… se você segue a minha linha de raciocínio, deve estar se perguntado, como eu o fiz: e no inverno não fica totalmente claro nunca? Pois é. Não. No pico do inverno fica como crepúsculo entre 2 e 4 da tarde. Nada do sol aparecer.

Do alto de minha curiosidade tropical, perguntei a um islandês:

– Como é o inverno, com quase nenhuma luz durante o dia todo? Como vocês aguentam, o que fazem?

A resposta não foi nada do que podia esperar:

– Ah, o inverno é maravilhoso, pois temos a Aurora Boreal.

Pensei em como Deus faz as coisas de maneira interessante: um período de escuridão e frio, mas com a deslumbrante aurora boreal. Nunca a vi, mas os relatos e fotos são maravilhosos. Muitos turistas vão para os países nórdicos no inverno para vê-la, enfrentando escuridão e frio. Nem todos conseguem pois ela não aparece todos os dias do inverno. Se você sonha em vê-la e vai pra Islândia, uma dica ainda segundo minha fonte informal:

– Sempre perto do Natal ela dá o ar da graça.

Ele me disse também que, para que ela aconteça, o céu deve estar sem nuvens e é preciso estar frio. Eu não entendi o que isso significa, pois 0 grau para mim (a temperatura média no inverno) já é congelante. Mas enfim… para conferir terei que enfrentar o frio. Quem sabe um dia crio coragem?

5. Paisagem

Como a ilha é de solo vulcânico, quase não há árvores. Isso faz com que o vento seja muito forte (além de frio). Portanto, as empresas de aluguel de carro solicitam todo cuidado na hora de abrir a porta do carro e recomenda-se não deixá-la aberta.

Como a paisagem da Islândia é recheada de glaciares e vulcões é conhecida como Land of Ice and Fire, ou terra do gelo e do fogo. Além disso, ela está localizada exatamente na divisa das placas tectônicas da América e da Europa, que estão se separando numa velocidade de 2,5 cm por ano! Por conta disso (e dos vulcões e glaciares) o país está em constante mutação e os guias falam que, cada vez que um turista retorna à Islândia, encontra um país diferente.

Alguns vulcões estão bem ativos. O Hekla, conhecido como “porta do inferno” antes entrava em erupção a cada 100 anos, mas desde 1947 entra em média a cada 10 anos.

Outro vulcão famoso, o Eyjafjallajökull, entrou em erupção em 2010 e as cinzas se espalharam pela Europa, o que impediu vários voos de saírem e causou o caos aéreo por dias. Uma islandesa disse que ela se divertia ao escutar os jornalistas estrangeiros tentando pronunciar o nome do vulcão e, claro, nunca acertando. Para escutar a pronúncia correta do nome do vulcão, clique aqui.

6. Água

Os islandeses se orgulham de possuir um ar puro e cuidar do meio ambiente. Outro motivo de orgulho é a pureza da água. Toda a água é potável: da pia, do chuveiro, etc. No entanto, em alguns lugares há um ligeiro cheiro de enxofre. Nada demais para quem já foi às águas termais como Araxá, em Minas Gerais.

O sistema de aquecimento das casas e prédios é pela água. A água que passa debaixo das casas é tão quente, que eles fazem um sistema de puxá-la para cima e distribuir o calor para as casas. É muito bom, diferente dos aquecedores à gás, mais saudável e ecológico.

7. Internet

97% da Islândia tem cobertura wi-fi. Você pode estar escalando um glaciar e receber um whatsapp… praticamente todas as hospedagens, restaurantes e cafés possuem internet grátis.

8. Trolls

Segundo o órgão de turismo, mais da metade da população da Islândia acredita em trolls, seres míticos do folclore nórdico. Aqueles que aparecem no filme Frozen.

9. Sapatos

Na Islândia ninguém entra com sapato na casa. Há sempre um lugar na entrada em que você deixa o casaco e o sapato e pega uma sapatilha de ficar em casa. Mesmo os estrangeiros devem seguir esta regra. Se for pensar bem, é mais higiênico não trazer a sujeira da rua para dentro de casa, além de facilitar a limpeza.

10. Mais perto do céu?

Pode ser coisa da minha cabeça, mas tive a nítida impressão de que o céu lá era mais perto da terra, “achatando” a paisagem. Não sei se a Física explica isso ou Freud. Só sei que, mais perto do céu ou não, a Islândia é definitivamente um país que vale a pena.

Veja também as dicas para viagem à Islândia.